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é uma constante da vida tão concreta e definida
como outra coisa qualquer como esta pedra cinzenta em que me sento e
descanso como este ribeiro manso em serenos
sobressaltos como estes pinheiros altos que em
verde e oiro se agitam como estas árvores que gritam em bebedeiras de azul eles não sabem que sonho é vinho, é espuma, é fermento bichinho alacre e sedento
de focinho pontiagudo que fuça através de tudo em perpétuo movimento Eles não sabem que o sonho
é tela é cor é pincel base, fuste, capitel que
é retorta de alquimista mapa do mundo distante Rosa dos Ventos Infante caravela quinhentista que
é cabo da Boa-Esperança Ouro, canela, marfim florete de espadachim bastidor, passo de dança Columbina e Arlequim passarola voadora pára-raios, locomotiva barco de proa festiva alto-forno, geradora cisão do átomo, radar ultra-som, televisão desembarque em foguetão na
superfície lunar Eles não sabem nem sonham que
o sonho comanda a vida que sempre que o homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as
mãos duma criança